Faz-Me Aceitar o Que Não Posso Mudar E Ser Quem Devo Ser Enquanto Eu Escrevo e Peço Agora

Faz-me
que aceite o que é inviável mudar
aceitando que eu não posso desfazer/fazer/criar/mudar
Faz isso agora

Me ilumina
pra que eu viva mais em mim
e menos num depósito de esperança no futuro

Arranca!!!
essa insegurança que é minha marca de nascença
faz de mim autosuficiente

Permite…-me
Aceitar tudo que passou
E tudo que eu deixei passar
E permite-me deixar passar o que ainda é necessário deixar passar

Ajuda eu a esquecer
Ajuda esse ser de reconsideração a não pensar
Não me importar com o tempo passando

Acaba com o tempo
que tic-taqueia na minha mente
dizendo que juventude é uma água que corre abaixo e seca
faz eu pensar coisas melhores

Me faz me mudar
Ser meu próprio repositório
Parar de desesperada e exageradamente lutar em vão para simplesmente viver
viver… viver… viver

Aceitar o mundo como é, faz
aceitar a vida, a minha vida, como ela é
esperar sem gritar por dentro

Me obsequiosamente ajuda
a parar de focar no futuro
estar no presente
(que é um presente, afinal)
sentir e não só ver como a vida é milagrosamente maravilhosa

Extirpa
Esse sangue coagulado de não-realização que é a crosta de meu ser
Me deixa parar de sentir mágoa
Faz a injustiça sair de minha linha de raciocínio

Me faz ser eu
Só assim eu poderei (realmente) viver